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Blog Daniela Yuri Uchino

  • Foto do escritorDaniela Yuri Uchino

Mas, afinal, quem é mala?

Para a maioria de nós, o mala é sempre "o outro". Mas será que estamos certos?

Com a proximidade do lançamento de meu livro, as pessoas começaram a refletir e me perguntar: Afinal, o que é um mala? Comecei a ouvir essa dúvida com muita frequência ultimamente.


Eu nasci observadora e quieta, ou seja, sempre ouvi mais do falei. E sempre pensei mais do agi! Há mais de vinte anos comecei a observar ainda mais as pessoas, focando no seu comportamento: as excentricidades, aas ironias, as teimosias, as peculiaridades. E comecei a trabalhar neste conceito: "O que faz as pessoas serem malas?"


Inicialmente, pensamos que o mala é sempre “o outro”.


E lá vêm aqueles comentários:


— Como esses chatos incomodam, atrapalham os outros e a sociedade.

— Tem gente que eu conheço que tem se ligar! Que sem noção! Faz cada coisa!

— Na minha família quase não tem malas. Agora, na família do meu marido? Nossa, tem muitos!

— Que sujeito desagradável, que grude! Mas, é muito mala!


Então, são todos malas ao seu redor, não? E eu pergunto: — E você?


É, você! Será que também não é mala na visão de outras pessoas? Não tem suas excentricidades? Não pode ser inconveniente, às vezes?


No comportamento humano, cada um de nós, tem uma tendência de nos sentirmos sempre corretos e certos em tudo, sem falhas. Quando assumimos que temos defeitos, eles são mínimos, claro. As coisas que nos desagradam são sempre culpa do outro. Nunca são de nossa responsabilidade. Somos as vítimas. É difícil reconhecermos as falhas em nós mesmos — e raro dividir com a outra parte as culpas, tarefas e responsabilidades.


Como somos todos humanos e falíveis, faço outra pergunta:


Quem, alguma vez na vida, não foi chato ou não incomodou o outro inconscientemente ou até mesmo de forma consciente?


Nós não temos a percepção real se incomodamos ou o quanto perturbamos alguém. Ninguém sabe o que se passa na mente e na alma do outro. Esses são segredos, íntimos. Eu sei muito bem o que me incomoda. Mas, será que sei mesmo o que incomoda o outro? Será que sei como minhas ações, minhas palavras ou o meu comportamento atingem e aborrecem o outro?


Ao longo desses anos, pude observar essa falta de percepção nas pessoas, prestando atenção em suas falas, atitudes e ações. Essa recusa em aceitar que podemos ser incômodos também. Nas situações mais simples do dia a dia até as mais complexas. Nesse tempo, captei muitas cenas e diálogos de diferentes perfis de pessoas. Foi uma caminhada silenciosa e solitária, onde fui recolhendo e memorizando todas essas nuances do humano que somos.


O fruto desse mergulho na “alma humana” é este meu primeiro livro. Uma obra que explora com humor a expressão oral na representação da linguagem do dia a dia das pessoas. As narrativas das histórias e a criação das personagens são intencionalmente construídas para dar oportunidade ao leitor de refletir sobre ele mesmo e sobre “o outro”.


Adoraria que vocês lessem meu livro para poderem tirar suas próprias conclusões. Será que vão confirmar a afirmação que escolhi como título de meu livro, SOMOS TODOS MALAS?

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Daniela Yuri Uchino

Nesse espaço, escrevo artigos, falo sobre novidades, comento meu dia a dia como autora de livros e compartilho com vocês minhas criações como contos mínimos e outros textos literários.

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